quarta-feira, 24 de julho de 2013

FUTURO NU by L.A.


Então o Futuro se apresenta!


Assim, sem mais nem menos, sem aviso prévio, sem tocar a campainha ele simplesmente aparece bem na sua frente e pede para entrar.

Completamente nu e exposto fica difícil fingir que ele lá não está. Claro que sempre podemos olhar para o outro lado, continuar no caminho em que já nos encontrávamos mas, uma vez que ele se apresenta, como fingir que não o conhecemos? Que não o vimos?

Já escrevi aqui sobre a saudade que tenho “dos bons e velhos tempos” (#saudade); escrevi sobre o passado.

Já escrevi aqui também sobre o quanto nos preocupamos de mais enquanto o tempo passa sem que tenhamos tempo para aproveitá-lo (Um dia de cada vez); escrevi sobre o presente.

Mas o futuro é uma história completamente diferente.

Ele passa o tempo todo, a espreita, nas sombras, espiando nosso presente, revendo nosso passado.

Sabemos que ele está lá a nossa espera. Sabemos que tudo o que fazemos hoje, que tudo o que fizemos ontem, nos levará até ele mesmo sem saber exatamente como. Sabemos que nosso passado nos transforma em nosso futuro.

Então um dia, sem mais nem menos, ele aparece bem na nossa frente, nos olhando diretamente nos olhos e então, o que podemos fazer? Ignorar? Como respeitar o status quo do nosso presente?

Talvez a melhor coisa a fazer seja olhar esse futuro de volta com a mesma intensidade que ele olha para você.

Talvez a melhor coisa a fazer seja também despir se, ficar completamente nu.

E então quando você e seu futuro estiverem lá, frente a frente, sem mais segredos, reunir toda a coragem que ainda tiver e levá-lo para dar uma volta com você.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Motivada pelos 6.000 médicos cubanos que nosso "sábio e competente" governo pretende importar, minha amiga, médica e ex Bandeirantina (denominação carinhosa que damos aos ex alunos do Colégio Bandeirantes) , escreveu o texto abaixo. Um brinde a Dra. Fabiola Macruz e aqueles que sustentam seus dias de fúria.


DIA DE FÚRIA DE UMA PATRICINHA!!!

Hoje acordei tranquila, nada de mais aconteceu ontem. Tive um dia aparentemente normal.
Cheguei hoje pela mahã no hospital em que faço meu último ano de Residência, e completo meu décimo de estudo sem nenhuma remuneração, para tentar exercer de forma miminamente capacitada uma profissão na qual fui ensina a acreditar e a respeitar.
As sete da manhã passei pelo corredor do ambulatório do Prédio Central do hospital, pedindo licença para passar, pela multidão de gente aguardando uma consulta. Gente chorando nos corredores, revoltas, barganhas, mães com os filhinhos no colo porque não têm com quem deixar, aguardando a consulta tão esperada, aquela beleza de sempre. Me lembrei de quando passava de jaleco nos corredores do PS da Santa Casa, minha escola de formação, onde não era incomum os pacientes se agarrarem ao jaleco implorando atendimento. Me lembro de pensar quão pior deveria ser o famoso Zaire, país que na época da minha escola usávamos de sinônimo para o "inferno da terra", e o quanto mais dava para tirar a dignidade humana naquela situação para nos aproximarmos mais da realidade deles. Um país emergente, numa das cidades mais ricas do mundo versus a miséria na sua forma mais escarrada. Mas enfim, hoje já acho que estou é desatualizada. O inferno deve ter mudado para cá e me esqueceram de avisar. O desprestígio a vida nos dois países deve ser o mesmo, só muda a máscara.
Então abro o computador, para começar a trabalhar, e vejo a matéria sobre a importação de 6 mil médicos Cubanos pela Dilma, para trabalharem nas áreas carentes do país, sem terem que revalidar qualquer diploma, sem qualquer exigência de capacitação, e "coincidentemente" trazidos do país com quem o Brasil aumentou nos últimos 9 anos mais de sete vezes o comércio.
Na matéria uma nota do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota :
“Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos valor estratégico”.
Como se nós, a classe médica, não soubéssemos o excesso de médicos não só dispostos, mas implorando por um empregos decentes, se submetendo até a perder seu certificado médico, tão sofridamente conquistado, ao trabalhar em hospitais totalmente desqualifcados, em subempregos, com uma remuneração tão patética que faria qualquer jogadorzinho "fubeca" de futebol chorar de rir. Alias, nem jogador. Até o malabarista de semáfaros certa vez foi pedir esmola e ao ver meu jaleco falou ao colega: Essa não, deve ser mais dura que nós!
FENOMENALLLLL!!!!
Então somos agora, ainda obrigados a ouvir essa. Que não há médicos o suficiente em um país com um mercado de trabalho super saturado para os que estão ingressando agora na área médica. Ou que não há médicos dispostos a ir “humanitariamente” atender as áreas carentes desse Brasil, como se ninguém soubesse que essa bando que vem, aceitando qualquer esmola, barateará ainda mais os nossos serviços, tornando ainda mais difícil com que não nos sujeitemos aos sub-empregos disponíveis, sorrindo, a ainda agradecendo a Deus que temos algo, afinal poderíamos ser eles, olha que bacana! Miséria sempre dá para piorar, não é mesmo? Olha o Zaire! Brasil um lixo, mais não somos eles!! Então está tudo certo!!
Coincidentemente, um colega de profissão, formado em uma das mais remuneradas faculdades americanas, com um currículo de fazer inveja a qualquer médico recém formado, veio recentemente me contar a burocracia infindável e as provas exigentíssimas cobrada pelo Conselho Federal de Medicina, as quais ele está se sujeitando para a revalidação do seu diploma de médico no Brasil. Parece piada? Mas calma, o fim ainda nem chegou!
Ria de nós Dilma!!! Ria bem alto, dessa população que sabe dos crocs que você usa nos seus pés e não entende as merdas que saem da sua boca! Ria com o ar de indiferença total ao trabalhador brasileiro, ao estudante que se dedica a uma carreira, ao jovem que acredita no que faz!
Aproveite e convide o Lula para rir com você diretamente do hospital particular de última ponta em que ele se tratou pq sabe que a saúde no Brasil está uma merda!!!
Ao chegar em casa, no fim do dia, encontro um funcionário do prédio em que moro que me pergunta: Doutora, onde a senhora atende?
"Atender" foi gentileza. Faço plantões noturnos em alguns hospitais, que engato com meu horário diurno da Residência, nos quais a responsabilidade é quase nada, meus colegas de profissão que expliquem, para ganhar uma merreca no fim do mês só para não me sentir tão idiota após todos esses anos de dedicação à uma profissão fadada ao decrepto, se depender dos nossos regentes. E devo ser grata. Pois ainda tenho uma rotina melhor que a maioria dos meus colegas de profissão, graças ao "apoio" financeiro dos meus pais, que após mais de 40 anos de dedicação à saúde têm direito à uma "louvada" aposentadoria de mil e poucos reais.
Após minha resposta ele responde com certa revolta: É doutora, só Hospital central. Ninguém mais quer atender em periferia. No meu bairro nego morre na calçado do hospital pq o segurança fala que está lotado. Vc não tem vergonha?
Sim, meu caro, eu tenho vergonha. Muita vergonha.
Tenho vergonha de viver em um país onde se dedicar ao estudo é piada nacional, pq o que o louvado é a ignorância. Em momentos como esse, tenho vergonha de ter dedicado dez anos da minha vida, muito mais se considerarmos os anos de estudo prévio para poder entrar numa faculdade decente, e ainda do que dedicarei, à uma profissão que ninguém mais respeita, que é ridicularizada publicamente quando um governo de corruptos descarados, deixa claro ao mundo que capacitação não é valorizado nessa maravilhosa sede da Copa.
Sim, me lembro de uma vez estar no corredor do hospital e ser pega desprevenida por uma paciente a quem foi vetada uma sessão de quimioterapia pela falta de recurso financeiro do SUS, gritando: Então é isso que minha vida vale? Menos que uma sessão de quimioterapia.
Não minha senhora, sua vida não vale uma sessão de quimio. Sua vida, tanto quanto a minha e de qualquer um que não tenha nenhuma vantagem financeira para oferecer aos "donos do Brasil", não vale é NADA!!!
Por que valeria?
Vivemos em um país em que a bolsa nova de uma blogueira é mais comentada que as vidas perdidas estupidamente todos os dias. Nada contra o fashionismo, apenas contra a inversão de valores que hoje em dia reina a sociedade brasileira, ao egocentrismo que prepondera em qualquer roda social, a soberania da futilidade extrema sobre qualquer valor humanitário e especialmente a glorificação atual do ter e total ridicularização do ser.
Afinal fechamos os olhos todos os dias para a maldita guerra civil na qual vivemos. Nos calando diante da ditadura que nos está sendo imposta, sem nenhuma manifestação da minoria ainda intelecutalmente hábil desse país, se é que ainda resta alguma minoria apta para alguma coisa nesse país, me incluindo.
Sim, acredite, tenho muita vergonha.
Vergonha de mim mesma. De nunca ter tido coragem, tempo ou disposição de encher meus pulmões e gritar contra a apologia desse governo à tudo que não presta. De nunca ter mandado aquele Lula filho de uma puta para o inferno que ele criou na vida de tantos brasileiros honestos, massacrando a classe média, tornando cada vez mais difícil, através dos impostos infindáveis que recaem justamente sobre essa classe, qualquer possibilidade de ascensão social. E viva o rico cada vez mais rico, a classe pobre cada vez mais excluída e a classe media cada mais exterminada!
Então tentando me acalmar ligo para uma amiga para bater papo.
Ela me diz: Hoje perguntei para minha nova empregada quantos filhos ela tinha. Acredita que ela respondeu sem a menor vergonha: Cinco, mas em busca do sexto, para ganhar bolsa família?
Sim eu acredito! Como tinha me esquecido dessa bolsa família. A ideía mais cara que uma população já comprou. Criadora de crianças marginalizadas, exploradas desde a gravidez, sem direito de resposta, para a excrecência da humanidade que chamamos de ex-presidente garantir sua eleição! Crianças que daqui a alguns anos nos roubarão e virarão os magníficos assassinos que num belo dia acham engraçado atear fogo em alguém vivo! Mas porque não? Sofrerão punições? Terão alguma retaliação? Imagina, afinal os direitos humanos funcionam muito melhor para quem nem acredita na humanidade!
Cada vez mais as informações passadas pela mídia são deturpadas, moldadas,“inventadas”, descaradamente, “acobertadas”, isso quando nos dão o direito a mídia, direito esse que já nos está sendo cada vez mais tirado. E assim vai, ninguém mais nem tem vontade de saber desses fatos, que quando verídicos, são imutáveis, apenas servindo para nos aflingir ainda mais.
E viva a “bolha”em que vivemos, a qual tentamos manter a todo custo! Acredite, isso vindo de uma “patricinha” que me considero, que adora moda e que bem ou mal mantém sua querida bolhinha “intacta”. Veja, não tenho a menor intenção de criticar estilos de vida diferentes, valores pessoais, não, ao contrario, mas de defender os valores mínimos que ainda nos restam e usar o direito de expressão que ainda temos!
E certamente terão incrédulos, egomaníacos, atarefados, submissos que pensarão: Ela está ou tendo um colapso ou tendo muito tempo vago para se dar ao trabalho! Mas claro!! Para você um joinha! São exatamente de pessoas como você que o Brasil precisa para afundar por completo! Pessoas que acham que expressar a opinião é incoveniência, coisa de quem tem tempo sobrando! Que ter qualquer visao política, mesmo que ínfima é desagradável e conficções então, são itens totalmente desfavoráveis!
E que reine a submissão! Nossa submissão! A perda total de qualquer amor próprio, ao outro, ou a nosso opinião!
Mas porque se dar ao trabalho de sentar e escrever tudo isso? Se todos os dias o que aprendemos nesse país de palhaços é que quanto menor o esforço, maior a remuneração!
Então sejamos vagabundos, analfabetos, marginais, imprestáveis, oligofrênicos, mau-caráter, desonestos, descarados, completamente imbecilizados. Quem sabe assim um dia conseguiremos nos tornar presidente!
Sim, hoje eu tive um dia de fúria. Após tantos anos vendo tudo, assitindo de camarote a destruiçaõ do meu país, do nosso povo, fingindo imparcialidade e fingindo acreditar que ainda existirá um fim bom, que há de se ter um jeito, que alguém digno desse cargo politico tão desrepeitado e banalizado pelos últimos regentes vergonhosos dessa nação, ainda surgirá e fará "justiça"!
De fato, melhor eu voltar para o facebook e xeretar albuns alheios! Esse negócio de olhar o mundo dá muito trabalho, incomoda demais!
Melhor continuarmos vivendo cada um em sua bolha, dentro do carro blindado que compramos para podermos passear, do apartamento que talvez nunca consigamos quitar em um bairro nobre, para não termos contato com a pobreza que nos cerca e assitindo à TV americana para enxergarmos a realidade promíscua à que nos sujeitamos!
E sigamos em frente pessoal, com o nariz do bozo na nossa cara!
Espero apenas que um dia a Dilma precise de assistência médica e seja atendida pelos promissores médicos cubanos importados, ao invés de fazer como seu “apadrinhado” e se refugiar no Hospital Sírio Libanês!

domingo, 14 de abril de 2013

#saudade by L.A.


Não sou uma pessoa nostálgica. Na verdade, gosto da novidade, do que está por vir. Adoro a descoberta, o desvendar, o movimento. Mas nada disso me impede de sentir saudades dos bons momentos que vivi, das pessoas que ficaram para trás ou apenas mais distantes.

Como se diz por aí, “dos bons e velhos tempos”.

Tenho saudades dos meus anos na Escola Barifaldi, na Rua Frei Caneca. Dos jogos de queimada, de jogar bafo na hora da saída enquanto esperava minha mãe me buscar por horas (a sensação que eu tinha é de que ela sempre me esquecia!).

Quando terminei a quarta série, meus pais me mandaram para o Colégio Bandeirantes. Por mais natural que fosse a decisão, fui muito contrariado já que, de todos os meus amigos, apenas Bruno Pimenta iria comigo. Como senti falta de todos eles. Ainda hoje nos encontramos e sempre me pego ouvindo as histórias dos tempos em que eu não estava lá e com saudades de coisas que não vivi.

Tenho saudades também do Bruno Pimenta, amigo que sumiu no turbilhão do dia a dia antes mesmo de termos  nos formado no Bandeirantes. Aliás, se existe um período da minha vida do qual sinto falta, são dos meus anos no Colégio Bandeirantes!

Incrível como os anos lá vividos, entre 1991 e 1997 me marcaram, me criaram e repercutem ainda hoje com estrondosa satisfação. Não fui um aluno brilhante; longe disso. Minha mãe sempre disse que eu, com esforço, estava na média (o que é mais ou menos igual a dizer que você, com esforço, é medíocre).

Mesmo assim foram anos mais do que incríveis. Época de formação de caráter, de exploração, de solidificação de grandes amizades, do primeiro e inesquecível amor.

Tenho saudades da Paraty da minha infância quando aqueles 30 quarteirões do centro histórico eram um mundo a ser explorado diariamente, sozinho, com uma garrafa pet cheia de água, um canivete e uma bússola. Cidade que me foi apresentada por minha madrinha e por um namorado que ela teve, Vital Raiola.

Vital aliás é alguém de quem sempre sentirei saudades. Namorado da minha madrinha, me levava para seu sitio onde aprendi a andar a cavalo (até hoje uma das minhas grandes paixões) e sempre almoçávamos frango frito de padaria, farofa e melancia.

E já que estou falando de família, tenho saudades da época em que mina avó Cecília era saudável, forte, festeira, “viajadoira”. Manteve a nossa família unida enquanto pôde e sempre nos serviu de exemplo.

E meu avô Luizito então!
Primeiro dos Luiz Alvaro’s deixou praticamente um legado. Completaria 100 anos no dia 19 de abril de 2013 e, como fazemos todo ano, teremos festa para relembrar as boas histórias ao lado dele.

São tantas as pessoas que passam por nossa vida, algumas delas com chances reais de mudarem nosso caminho, nosso percurso, que se for fazer uma lista, tenho saudades de muitas pessoas, de muitas épocas, de muitos lugares e momentos.

Tenho saudades também de você.

Daquele dedo torto que você faz quando quer chamar minha atenção. Da sua gargalhada alta, aquele seu rir até não poder mais. Do seu sorriso largo. Do jeito como você coloca seu pé em cima do meu quando vai dormir logo depois de ter se acomodado “dentro” do meu abraço. Da maneira como você finge que eu não estou falando bobagem. Do seu não saber assobiar. Das nossas conversas intermináveis. Da sua companhia no carro, seja para falar, seja para calar. Do seu jeito decidido de ser. Do seu sentir falta sem sentir falta. Saudades das nossas viagens. Saudades do nosso não fazer nada. Saudades dos nossos passeios de moto, das nossas caminhadas. Saudades de você na balada (ou na night).

Muitas são as pessoas e momentos dos quais tenho e ainda terei saudades.

Ainda bem!