quinta-feira, 1 de março de 2012

(Des)Amores by L.A.


Tão bom estar apaixonado!

Aquela saudade gostosa ao longo do dia.
O primeiro pensamento pela manhã, a ligação na hora do almoço, o último pensamento da noite; tudo isso intercalado com infindáveis mensagens de texto no celular, e-mail, facebook, twitter, foursquare, linkedin...

Não podemos esquecer das flores, bilhetinhos, chocolatinhos, bichinhos de pelúcia, fotinhos de rostinho coladinho..... pelo visto não podemos esquecer também dos diminutivos.

Por que as pessoas apaixonadas tem tanta vontade de diminutivos? Principalmente as mulheres. Nós, homens, falamos assim apenas porque elas, as mulheres apaixonadas, adoram.

Pessoas apaixonadas, mesmo que a poucas semanas, fazem planos para o futuro.
E não estou falando apenas daquela viagem de final de semana para Campos do Jordão ou do feriado em Paraty.

Pensam no casamento, no nome dos filhos, no bairro em que vão morar. Os apaixonados pensam grande!

Tudo muito bom, tudo muito bacana, desde que tenhamos nos apaixonado pela pessoa certa.

Sei que neste momento você está pensando: “óbvio” ou “dããã” ou (um que aprendi agora no Carnaval) “Ah vá!”

Acontece que as coisas nem sempre são tão simples assim. Principalmente para os apaixonados. Claro que se você se apaixonou por uma pessoa que te maltrata, que rouba a borda recheada da sua pizza, chuta seu cachorro, joga cerveja no seu papagaio, fica óbvio que não é a pessoa certa.

Mas e se você se apaixonou por uma pessoa parceira, que gosta dos mesmos restaurantes, viagens, músicas que você?

Uma pessoa que gosta da sua família e que tenta “roubar” seus amigos de tanto que gosta deles?

Uma pessoa que divide os planos e também as contas com você?
Aí, a coisa já não é mais tão óbvia assim (“dããã”).

Quem nunca se apaixonou por alguém que era tudo isso mas que, ao mesmo tempo te tirava totalmente do sério?

Alguém com quem você compartilhava uma relação de paz e guerra que minava o relacionamento a cada encontro?

Alguém com quem a química na cama era incrível mas você nem podia assistir a um show em paz sem que ela dissesse: “você está paquerando a cantora no palco!”

Aquela pessoa com quem você briga, jura que nunca mais quer ver, nunca mais quer falar mas então bate aquela saudade, aquela vontade de estar junto, só para começar tudo (errado) de novo.

Eu já me apaixonei por pessoas assim. Com certeza, mais de uma vez.
Talvez eu tenha até mesmo vivido mais desamores do que amores. Não é uma queixa (será que não?), apenas uma constatação.

Minha Avó Mafalda (sim, minha avó paterna se chama Mafalda!), TODAS as vezes que me encontra, faz duas perguntas:

1) Você engordou?

2) E a sua namorada?

Para a primeira delas eu sempre respondo: “um pouco Avó”.

Já para a segunda a resposta é sempre: “encalhei”.

Ela acha graça em ambas as respostas, provavelmente mais na primeira do que na segunda; até porque, ela já está com quase 92 anos (os fará no dia 14/3/2012) e gostaria muito de ver seu neto preferido (mesmo que gordinho), entrando na igreja.

Mas a verdade é que se apaixonar, por melhor que seja, dá o maior medo. Não da paixão, não do amor.

Mas do tal (Des)Amor...